segunda-feira, 29 de março de 2010

Ao mestre, com carinho

O Botafogo de Futebol e Regatas amanheceu em luto hoje. Armando Nogueira despediu-se do seu corpo físico e tornou-se mais uma estrela da constelação alvinegra. O poeta botafoguense, exímio cronista esportivo, marcou seu nome na história do jornalismo com pensamentos que fogem completamente do "lugar comum", do "clichê", que tanto vemos espalhados pela imprensa como um tudo.

Ao longo desses 83 anos entre os mortais, Armando Nogueira cobriu, desde a edição de 1950, todas as Copas do Mundo FIFA. Respeitadíssimo em suas opiniões - que muitas das vezes pareciam ir além de qualquer julgamento, sendo mera reprodução da verdade como deve ser dita -, Armando Nogueira era - e continua sendo - tido como um mestre para os jornalistas esportivos. "Criticar sem ofender, elogiar sem bajular" era uma das máximas que ficam para a eternidade. Seria possível fazer um blógui inteiro só com pensamentos marcantes e memoráveis do mestre Armando Nogueira, mas aqui farei diferente. Utilizarei as palavras de Túlio "Maravilha", camisa 7 na conquista do título brasileiro de 1995 e maior artilheiro do futebol mundial em atividade.

“Esteja onde estiver, obrigado por tudo. O seu repertório, sim, é inesgotável, mestre. Você, o esporte e a poesia estarão para sempre nos campos da história. Veio ao mundo com o dom de proferir suas palavras para aliviar nossa alma. O esporte, a imprensa e o futebol lhe devem muito”
Que estejas em boa companhia, Armando Nogueira. Recebas uma calorosa recepção do "anjo das pernas tortas", alcunha que você mesmo deu para aquele que foi talvez o maior jogador de todos os tempos, Garrincha.

O Rio de Janeiro e o Botafogo de Futebol e Regatas decretaram luto oficial de 3 dias a "um acreano que, na juventude, veio morar no Rio de Janeiro e se transformou em um dos ícones do jornalismo do país".

Ah! O Botafogo entrou em campo hoje. Foi uma belíssima vitória, com bom futebol coletivo e atuação inspirada de "Loco" Abreu. O uruguaio marcou 3 vezes e deu passe para o belíssimo gol de Marcelo Cordeiro na goleada por 4a1 sobre o Boavista, em São Januário. A vitória, a classificação assegurada para a semifinal da Taça Rio, a grande atuação de Abreu, o lindo gol de Marcelo, tudo isso, hoje, fica em segundo plano. O Botafogo dedica isso tudo e mais um pouco ao mestre, com carinho.

Saudações alvinegras e viva Armando Nogueira.



Armando Nogueira, botafoguense, jornalista, poeta (1927-2010)

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