Desde sua chegada ao Rio de Janeiro - quando foi recepcionado por cerca de 50 torcedores alvinegros - até o título da Taça Guanabara, é perceptível a sintonia entre o jogador e o clube, e torcemos para que essa parceria renda bons frutos. A seguir, entrevista com o atacante uruguaio (disponível na página oficial do Botafogo).
Que venham muitas outras alegrias!- Quanto representa para você essa conquista?
Loco Abreu: Esse título significa muito para mim. Apostei em sair da Europa para vir para cá e agora estou aprendendo o significado de jogar no Botafogo. Pela forma como o título aconteceu, ser campeão é ótimo. Quando tomamos de seis, foi algo muito falado, vieram as críticas. Mas fico contente porque o clube tem profissionais competentes, que nos deram força, moral e condição para ganhar esse título. Dedico ao Zagallo, que me recebeu e me passou a camisa 13.
- Como você e o grupo conseguiram sair de uma situação tão adversa em tão pouco tempo?
Loco Abreu: O trabalho do grupo foi fundamental para conseguirmos a recuperação. Temos autocrítica e sabemos o quanto podemos jogar. Como diz o Joel Santana, é preciso algo mais, e isso vem do coração. A nossa diferença é conseguir botar 5% a mais, uma força que vem do coração de cada um.
- A pressão para obter o título foi maior devido às críticas, principalmente após a goleada sofrida para o Vasco?
Loco Abreu: Sempre que se joga em um clube grande há a responsabilidade de jogar e ganhar, independentemente do adversário. Hoje, vejo que o que aconteceu contra o Vasco foi muito importante para o grupo, que soube mostrar força na hora certa.
- O que passa na cabeça de um atacante na hora de bater um pênalti decisivo como o da final? Mesmo experiente, chega a bater um nervosismo, pensou em fazer a cavadinha?
Loco Abreu: No momento do pênalti, só passou pela minha cabeça que tinha de fazer o gol. Representaria o 2 a 0 e o adversário com dois jogadores a menos, ficaríamos muito perto do título. Muitos me perguntaram porque não fiz a cavadinha, mas não é sempre que a faço, já bati muitos pênaltis na carreira. Preferi colocar no canto, com convicção.
- Apesar de já ter seu nome no futebol mundial e de ser um artilheiro, desde que chegou você sempre abdicou do individualismo em prol do grupo. Por quê?
Loco Abreu: Jogo para ganhar, não para fazer gols. Se o Botafogo vencer, eu vou ficar bem, a torcida vai ficar bem, o clube vai ficar bem, o time... Mas se eu fizer gol e não vencermos, não vai adiantar nada. Isso faz parte de uma mentalidade vencedora, que o grupo do Botafogo provou ter.
- E em relação à torcida do Botafogo, o que você pode dizer?
Loco Abreu: O carinho da torcida tem sido incrível. Confesso que fiquei muito emocionado no jogo porque vi algo que não fizeram para mim em clube algum. Vi uma grande bandeira do Uruguai na torcida, apesar da rivalidade que há com o Brasil. Foi algo muito legal.
- E essa câmera da qual você não desgruda (Loco filmou boa parte da comemoração)? Vai servir para mostrar no Uruguai como está sendo a passagem pelo Botafogo e pelo Brasil?
Loco Abreu: Hoje, com a internet, eles já acompanham de tudo lá, sabem exatamente como o Botafogo está. Mas vou guardar essas imagens para mim, para os meus filhos e familiares. A tecnologia proporciona isso, poder lembrar daqui a 30 anos do clube e dos jogadores. Não é normal um jogador filmar, mas eu não sou normal (risos).
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